domingo, 21 de outubro de 2012

Todas as mulheres, em sua diversidade, têm o seu valor - Contra a Mídia Machista


“Kiriku é pequeno, mas tem o seu valor! Kiriku é pequeno, mas tem o seu valor!” Ouvi essa cantiga hoje na animação francesa “Kiriku e a Feiticeira”, de Michel Ocelot, no Cine Sem Tela. Kiruku era mesmo muito pequeno e totalmente inusitado! Figura esquisita e teimosa, que conseguiu salvar o seu povo dos males que os oprimiam. O nosso herói não estava com armaduras e não era assim “bonito”, digo “bonito” aos padrões de beleza postos pela mídia, por exemplo! Mas era de uma força, coragem e teimosia incrivelmente cativante. Sim, Kiriku era bonito! Para mim e para aquelas crianças que assistiram a sessão conosco, Kiriku era um herói pequeno, negro e lindo.

O trecho está na minha cabeça não somente pelo espetáculo que é o filme, por sua beleza, mensagem, sutileza, poesia e resistência (teria aqui vários adjetivos ainda, mas vamos parar), mas também pelo o que remeteu o filme em vários momentos. Materializei várias atrizes na figura pequena, inusitada e aparentemente frágil de Kiriku.

“Mulher gorda é gorda e tem o seu valor. Mulher negra é negra e tem o seu valor. Mulher baixa é baixa e tem o seu valor. Mulher manequim 40 é manequim 40 e tem o seu valor. Mulher magra é magra e tem o seu valor. Cabelos cacheados e crespos são cacheados e crespos e tem o seu valor” ... Somos lindas em nossa diversidade!

Não importa os padrões de beleza que a mídia divulga, por exemplo, fazendo-nos crê que são os certos, e pelos quais nós devemos nos submeter aos sacrifícios impostos para alcançá-los.

É por essa linha de pensamento que realizamos um ato neste domingo, 21 de outubro, quando algumas participantes (eu, Bernadete, Cleide e Flávia) da Casa 8 de Março - Organização Feminista do Tocantins – manifestaram-se contra a veiculação de propagandas machistas por parte da empresa Marisa e contra essa mídia machista que dissemina cotidianamente a ditadura da beleza, magreza e ofensas contra as mulheres em campanhas publicitárias, novelas, programas de humor, esse último, maciçamente. Já existe até um Movimento Nacional, apartidário e de caráter pacífico, chamado Marcha Contra a Mídia Machista, que protesta contra a desvalorização e distorção da imagem da mulher em diversas mídias.

Nós fizemos um ato silencioso e pacífico em frente à loja da filial aqui no Estado do Tocantins. Fomos abordadas por várias pessoas para perguntar o significado das frases dos nossos cartazes (Contra a Mídia Machista/Vou pelada, mas não vou de Marisa) e nós explicamos e fomos bem recebidas, inclusive por funcionárias da loja. Alguns depoimentos emocionantes, como um de uma adolescente – "sou branca, mas meu cabelo é cacheado, não sou magra e sou linda", nos animaram muito, pois, já é uma semente vindo por ai.  

No entanto, algumas pessoas não conseguem perceber a dimensão dos comerciais machistas, que falam dos sacrifícios que a mulher precisaria fazer para ficar pronta para o verão, por exemplo, excluindo todas as outras mulheres que não fizeram o tal do sacrifício, colocando-as num patamar inferior, no qual são tachadas de feias, gordas, foras de forma, sendo, consequentemente, excluídas dos espaços, que na concepção da Marca, só poderiam ser ocupados pelas mulheres que estão em forma para o verão.

Nós mulheres, oprimidas e rechaçadas todos os dias, sabemos o tamanho de nosso desafio. Inclusive na conscientização das outras mulheres, que fragilizadas por uma cultura machista, são machistas e não percebem que são também oprimidas.

Durou cerca de 20 minutos o nosso ato, até quando fomos "convidadas" a parar com a manifestação. Enrolamos os nossos cartazes e fomos embora pacificamente!

Independente de ser pequena, grande, loira, negra, índia, todas as mulheres, em sua diversidade, têm o seu valor.



Rose Dayanne Santana
Jornalista e militante




Leia também "Não é só o comercial da Marisa" http://delinguasolta.blogspot.com.br/2012/10/nao-e-so-o-comercial-da-marisa.html




35 comentários:

  1. Ninguém, ninguém , nem segurança e nem a polícia têm o direito de "convidar" ou de impedir uma manifestação ou protestos pacíficos, num Espaço Público, estes são GARANTIDOS pela Constituição Brasileira e proibir ou impedir é, inclusive, ilegal.
    Ricardo Rocha Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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    1. O Shopping Center não é um espaço público, é um ambiente privado.

      O público, neste caso, faz referência apenas sobre a livre circulação das pessoas. Ninguém pode ser impedido de passear ou consumir dentro deste espaço. Porém, devido ao seu caráter econômico-financeiro, os seguranças podem "convidar" a sair quem estiver agindo fora da "normalidade".

      Não houve nada de inconstitucional o que os seguranças fizeram. E as manifestantes agiram corretamente, não contrariando o "convite" dos seguranças.

      Mesmo não durando muito, somente por terem sido sábias em não criar tumulto (não costumo achar positivo manifestações pacíficas que costumam terminar assim), ganharam minha "aprovação" neste ato (não que isso vale alguma coisa, mas... rs).

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    2. o problema é definir "normalidade"... vou extrapolar, mas se eu estiver de cadeira de rodas no espaço do Shopping estou fora da "normalidade" e posso ser convidado a sair? Ser minoria ou ter uma opinião e divulga-la é ser excluído da sociedade? acho complicado. Entendi tua colocação e acho importante que as pessoas saibam onde estão e o que podem fazer. Acredito também que o fato de não terem criado tumulto (aí sim, fugindo da normalidade) foi o grande ponto positivo e é como deveriam ser todas as manifestações.

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    3. Sei que compreendesse o que quis dizer, mas, só para aparar as arestas, a "normalidade" neste caso (sim, entre aspas, porque realmente não exprime o significado literal da palavra, tendo em vista a vasta gama de estereótipos existentes hoje para "normal"), sendo o Shopping público, mas, ao mesmo tempo, um ambiente privado, é que as regras de sua "normalidade" seguem a vontade dos lojistas, que pagam para poder venderem seus produtos ali e não se sentirem prejudicados em seus negócios.

      Nisto, mesmo sendo pacífico, ao ver do lojista (ou lojistas), estavam praticando um ato que prejudicava sua venda. Logo, tiveram seus "interesses" protegidos.

      Trocando em miúdos, em um shopping (por ser, repise-se, um ambiente privado), seu direito acaba quando começa o do lojista. Simples assim. rs

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  2. Concordo com a necessidade de compreensão da diversificação da significância do "ser bela", até porque isto remete, antes de tudo, à subjetividade de cada qual, do olhar de quem vê e não só enxerga.

    Discordo, porém, da postura "intransigente" sobre o padrão estabelecido pelas grandes mídias a partir do momento que a maioria se rende a ele, usando roupas "da moda", ouvindo músicas "do momento" e praticando outras tantas ações-de-consentimento do gênero.

    Ou seja, parafraseando o ilustre ex-candidato à prefeitura de Palmas Abelardo, que dizia "palavra é algo precioso para quem tem palavra", eu digo: "contra-proposta às imposições midiáticas é preciosa para quem de fato tem contra-propostas firmes e fundamentadas, que fogem ao mero discurso e são vistas em práticas."

    Larguem mão [aqui me direciono às que integram a maioria supracitada] dos modismos mais que andam ao lado da padronização-físico-estética-feminina aqui combatida e, assim, serão mais pertinentes, convincentes e respeitadas.

    Paz e Luz para as manifestantes e, principalmente, para o nobre Tácio, caríssimo amigo Rubro-Negro. ^_^v

    Obs.: Ricardo, um centro comercial [vulgo shopping], apesar de justificadamente existente para o público, é um espaço privado; não?!

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    1. A quem é dado o direito de definir quem é feio e quem é bonito, se analisarmos bem, não existe ninguém feio, existe sim uns diferentes dos outros, as opiniões divergem e sempre haverá alguem que encontre beleza naquele que outro achou feio...

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  3. A propaganda da Marisa diz, de mulher pra mulher, que pra ser mulher de verdade é preciso fazer sacrifícios. Corpinho em forma, cabelo e pele bem tratados, roupinha da moda. Essas coisas não são pra qualquer uma. Exigem sacrifícios. Mas valem à pena, afinal, é o que define uma mulher "de verdade".

    Fico pensando. Ser "mulher de verdade" gasta tempo. E dinheiro. E como ficam as mulheres que vivem de cuidar da casa, das crianças e do marido, e não têm tempo nem dinheiro? E as que trabalham pra ter dinheiro e não têm tempo pra "ser mulher de verdade"? E as que estudam e têm coisa mais importante pra fazer? E as que fazem tudo isso junto? Essas devem estar condenadas a não serem "mulher de verdade". Coitados dos homens, o Brasil tem tanta mulher, mas tão pouca "mulher de verdade"!

    Aqui ó, de homem pra mulher, acho tudo isso uma grande bobagem. A Marisa não entende nada de mulher. A gente gosta de mulher bonita e gostosa sim, é verdade. Mas quem a gente aprende a valorizar mesmo são as mulheres que se valorizam. Aquelas que sabem que mulher de verdade tem muito mais a oferecer além da beleza.

    Bem, nem todos. Tem também "todos esses caras que dão força, que dão linha", que na verdade só têm nádegas a declarar. Mas quem pode falar um pouco mais disso é o Pensador:

    http://letras.kboing.com.br/#!/gabriel-pensador/nadegas-a-declarar/

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  4. Fico feliz de ver que Palmas não está completamente perdida. Estive aí no início do mês para as eleições e o pouco tempo que passei com alguns amigos me surpreenderam. Pessoas novas, jovens ativos e produtivos, mas cheios de machismos e fobias sociais inacreditáveis. É claro que briguei, falei do absurdo que era, mas a gente sabe que a mudança é gradual e lenta. Muita mais lenta do que gostaríamos. Não me importo de ser conhecida como FEMINISTA EXTREMA (ou FemiNazi, como erroneamente chamam aqui em Brasília), só me importo em fazer diferença, fazer barulho, fazer a causa ser percebida. Não desanimemos, ok? Parabéns pelos atos, que venham mais!! Mil beijos!! Raquel

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  5. Desculpe, sou mulher, no sobre peso e linda.. porem cuido da minha saúde, se alimentar bem e manter atividades físicas, não é somente um ato de idolatria ao corpo, porem também uma forma de se manter saudável, que é justamente oque o Mc Donalds em parceria com a marisa está fazendo, devido a quantidade de obesos que estão surgindo. Incentivar as mulheres a praticar atividades e ter um bom abito alimentar, não tem nenhuma relação com beleza, e sim com saúde. Creio também que se você é contra a ''politica'' machista, não deveria fazer outra ''politica'' oposta para guerrear, e sim buscar por paz e saber que todos -homens e mulheres- tem seu devido valor no Mundo e sua devida função.
    Obrigada - Larissa 16 anos

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    1. Parabéns pela pueril sabedoria exposta, Larissa. #radicalismolevaanada

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    2. o que ta em questao nao é pela propaganda ter mostrado habitos 'saudaveis',é por ela ter mostrado a mulher infeliz com toda essa rotina mas no final ter "valido a pena" por ela ter entrado no padrao magra e ter conseguido ser admirada pelos homens como se uma mulher so pudesse ser isso ou como se toda mulher tivesse que estar nesse padrao

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    3. Larissa, nosso ato não foi de guerra! Em nenhum momento agimos de forma violenta, apenas abrimos nossos cartazes e ficamos lá, mudas, até as pessoas chegarem até nós e nos perguntar o que fazíamos ali! Daí, falamos e falamos, com elas, olho no olho, sem gritarias ou violência. O comercial da Marisa é um exemplo de vários que assistimos por ai todos os dias. A questão não é que a moça está se alimentando de forma saudável! Sabemos que precisamos de hábitos saudáveis! No entanto, os hábitos deixam de ser saudáveis quando rementem ao exagero, ao preço que muitas mulheres pagam para ficarem magras. Por acaso, deixar de comer é saudável?! Comer e vomitar depois é saudável? Comer Big Macs é saudável? Eu não acho que seja! Ser saudável é diferente de ser escrava do corpo ou padrões estéticos. Nosso espaço é democrático!

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    4. Larissa o comercial da Marisa não diz nada sobre saúde, pelo contrário. Ele coloca como imposição ter um corpinho que caiba na roupinha. Saúde não tem a nada a ver com sacrifício, tem a ver com perseverança. Sempre comi legumes e verduras, nunca para ficar magra, mas porque gosto e sei que é importante para nossa saúde. O mundo do consumismo porque está se importando com questões de saúde. Exatamente por saber que temos nosso valor é que não podemos aceitar que seja impostos padrões-estéticos para demonstrar que somos aceitos em sociedade. Ficar obeso nem sempre está relacionado com a falta de atividade física ou alimentação adequada, existem questões de predisposição genética, doenças psíquicas, etc.

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    5. Larissa, oi.

      Veja o comercial novamente. Você vai perceber que saúde está longe de ser a questão. Primeiro: a moça come toda essa comida saudável com a finalidade de EMAGRECER. Está sempre se pesando, ansiosa, reforça no texto que as refeições são infelizes. Ela quer emagrecer para ficar BONITA. Para causar inveja nas mulheres, para chamar a atenção dos homens. Veja o comercial. Está tudo lá.

      Outra coisa: quem disse que emagrecer é uma questão de saúde, e não de beleza? Certamente, devemos nos alimentar bem (e nem sempre isso significa comer só salada, comer pouquíssimo; você está enganada. Cada corpo tem uma necessidade diferente), mas atrelar "saúde" a "emagrecer" é um erro gravíssimo. Principalmente porque isso faz com que pessoas ACHEM que tem o direito de escrotizar uma pessoa gorda e dizer "é para o seu bem, estou preocupada com a sua saúde". Não. Não e não.

      Mais uma coisinha: pesquise um pouco mais sobre feminismo. Você está equivocadíssima quando diz "se você é contra a ''politica'' machista, não deveria fazer outra ''politica'' oposta para guerrear, e sim buscar por paz e saber que todos -homens e mulheres- tem seu devido valor no Mundo e sua devida função." Olha só: feminismo NÃO É o oposto de machismo. Espero que, quando você entender isso, possa refletir um pouco mais sobre esse comentário que você acabou de fazer.

      bjs

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    6. Diante do comentário da Larissa e do que foi exposto nas respostas, acho que tenho algumas considerações.

      Realmente, acredito que feminismo não seja o oposto de machismo. O machismo é, a meu ver, o rastro deixado na sociedade por décadas, séculos e milênios de uma sociedade patriarcal, o que deixa, realmente, um desnível entre o homem e a mulher.

      Porém, se formos levar em consideração toda esta história "regida" por nós, seres do sexo masculino, claramente pode-se dizer que o feminismo é um movimento recentíssimo.

      E, sendo um movimento recentíssimo, ainda está buscando seu caminho, seu modo de se fazer impor na sociedade. Porém, nenhum movimento ganha força sem se adequar.

      As mulheres têm ganhado espaço no mundo, de uma forma muito abrupta nos últimos anos. Ainda há repressão em boa parte do planeta, mas é visível que já têm se libertado das "amarras" do patriarcalismo.

      Mas não acredito que mudanças vêm assim, de forma tão agressiva. Agressiva no sentido de querer negar tudo o que houve até agora e querer mudanças ideológicas repentinas. Não é assim que funciona.

      A sociedade se adequa aos poucos, e, como dito, muito progresso tem acontecido nas últimas décadas. Se for pensar sempre assim, em campanhas "agressivas" aos olhos da sociedade, querendo mudanças "para já", só faz, ao meu ver, causar repúdio. Claro, certas pessoas acharão bacana e endossarão o movimento, mas, pensar "foda-se" para a maioria que diverge deste posicionamento, por achar que está indo tudo bem com a minoria que luta a favor, para mim, é pensar demais no presente e deixar o futuro de lado.


      Desta forma, em minha conclusão diante de tudo isso, a Larissa é a feminista que dá margem para o futuro (sim, provavelmente vocês achem que ela tenha impregnado em si muito do conceito societário atual de beleza, mas ao menos ela sabe, conscientemente, se desvencilhar do estereótipo e ser assim simplesmente porque acha saudável e porque se sente bem assim). De uma forma sutil, ela simplesmente soube mudar um pouco do pensamento dominante, sem constranger qualquer tipo de opinião pública.

      De pouco em pouco, se muda o mundo.

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    7. Falou e disse Aline. O princípio de tudo é entender isso, que o feminismo não é o oposto do machismo! Perceber isso já é um bom começo!

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    8. Ibun.
      Entendo muito do que você disse como certo, de muita lógica inclusive... porém tenho que ser categórica em discordar de vc quando diz que esta mudança precisa ser aos poucos, se valendo provavelmente, de algumas mudanças que aconteceram assim, de pouquinho em pouquinho na história da humanidade.
      O fim do machismo precisa ser imediato, não dá pra esperar que mais não sei quantas mulheres sofram todos os dias, de todas as formas possíveis e durante gerações pra que as coisas comecem a tomar "peso e corpo".
      O Feminismo não é, com certeza absoluta, o contrário do machismo. Porém, o Feminismo é sim uma ideia radical de proposta de implementação atual, urgente e indispensável, uma ideia de que as mulheres são gente!

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    9. Ao contrário do Machismo, o feminismo nunca matou ninguém! Vale reforçar como as companheiras já disseram, Machismo não é o contrário de feminismo, essa é a primeira concepção. O feminismo não fere ou dilacera a vida de ninguém! A urgência em mudar essa realidade machista, onde mulheres são mortas, isso mesmo mulheres MORREM todos os dias, são estupradas e sofrem os mais diversos tipos de violência, é para já! Do tipo agora!

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  6. A mulher não tem que 'tentar provar o seu valor'. Todas o temos. Deve sim é saber dizer NÃO, quando lhe for conveniente.

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  7. Nós mulheres é quem não devemos perder o foco, e fazer mau uso do nosso poder. Em outras palavras, não devemos permitir que sejamos usadas.
    A mulher tanto tentou mostrar que era igual, que acabou rebaixada.. Teve que descer de seu pedestal de Deusa, e chafurdar na lama, junto com os porcos chauvinistas..

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  8. Acho que o que vcs fizeram tem um impacto positivo não só pras pessoas que receberam bem. A gente vive numa sociedade em que são martelados mesmos discursos todos os dias (quer os procuremos ou não), de diversas fontes. Às vezes é difícil escapar pq nem sempre é perceptível que temos outras opções.

    Sei que soa pedante. Mas é sincero ;) Precisei ouvir o mesmo discurso algumas vezes antes de eu começar a ir atrás dele, imagino que seja assim com algumas outras pessoas tb.

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  9. Nosso espaço é democrático! Sabíamos que opiniões diversas viriam por ai! Mas o apoio que estamos tendo é maior que qualquer coisa que tente nos diminuir!

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  10. Me perdoem, e com todo o respeito que tenho pelo direito de pensarem e se manifestarem como quiserem num pais democrático e por esta razão expressarei tb o meu pensamento.
    Eu acho que o mote da campanha quis dizer exatamente isso, que todos somos lindas ou podemos ser lindas em nossa diversidade e se usar Marisa, melhor ainda!! (é uma empresa que vende produtos e seu objetivo é vender ou acham que vou dizer que o que faço é feio ou ruim pro meu cliente?)
    Que é isso? Agora tudo que se fala tem de ter tom de preconceito?
    Se fazem cada vez mais leis que defendem os que se sentem agredidos por preconceito e cada vez mais ele aparece e sabe pq? Pq a lei não resolve, ajuda alguns casos e cria outros. O problema é que se direciona o assunto e com certeza ele fica maior. Criar problemas é muito fácil qdo internamente a pessoa não se ama em sua diversidade, aí fica achando que sempre tem alguém lhe apontando o dedo. Me chamam de alemoa e não me incomodo com isso, e não sou loira, apesar de descendente, mas num Brasil onde a maioria é negra ou mestiça, eu deveria então exigir da justiça uma lei que defendesse minha raça? Fala sério, perde-se muito tempo com discussões que não precisavam existir se não tivesse cada vez mais gente cheia de recalques ou que entendesse o que é democracia. (Há anos atrás tivemos votação pra escolher República ou democracia, o país fez sua escolha, sabiam o que isso significava?) Agora podem me bater!

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    1. Bem vinda ao debate Maria Luisa! Esse é um espaço democrático e estamos aqui para debater! Você tem o direito de não concordar comigo, assim como eu tenho de não concordar com vc! Eu participei do protesto e posso lhe dizer com certeza que não foi perda de tempo. O espaço que alcançamos com um ato tão pequeno, a princípio, pacífico, levaram muitas pessoas a refletir sobre o predomínio de conceitos machistas na mídia. O caso da Marisa é só um caso! Todos os dias somos bombardeados em nossas casas com esse tipo de material, programas de humor, por exemplo. Poderia citar vários, enfim. Quero dizer que sou uma mulher satisfeita com o meu corpo e com o meu gênero. Sou branca, alta, meus cabelos têm cachos lindos (apesar de me dizerem que mulher branca tem que ter o cabelo liso). Poderia ser negra, baixa e ter cachos lindos também! Estou satisfeita comigo mesma. Mas não estou satisfeita nem um pouco com as opressões que sofremos todos os dias, com a violência física e psicológica que nós mulheres estamos suscetíveis. Estar bem com meu corpo não quer dizer que o resto se exploda. E as outras companheiras que por algum motivo não estão bem com os corpos dela!? Ficam de fora!? Uma mulher tem que se sentirem pressionadas a emagrecer porque usa manequim 42? Tenho problemas que me assolam, como qualquer pessoa normal, e ainda, permito-me o direito de me indignar com as injustiças do mundo! Um abraço

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  11. Parabéns de verdade pela atitude!!! A mídia é sempre a favor do capitalismo e junto com isso vem toda a dimensão de individualismo e egoismo, a ponto de fazer com que todos e, inclusive, todas nós mulheres tentemos sempre ser umas melhores que as outras (o que para as mulheres é mais fácil, pois são mais suscetíveis à estética). É com atitudes como as suas que podemos ver um outro lado da moeda, o lado que REALMENTE existe, pois as mulheres não têm corpo de Barbie, e isso só é possível se passarmos por procedimentos estéticos ou tentarmos disfarçar tais gordurinhas com roupas compradas em lojas como a Marisa, onde não é fácil achar roupas tamanho muito grande ou muito pequeno, como se todas nós usássemos um único manequim que seria o "do corpo midiaticamente aceito."

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    1. Os diversos ataques que recebemos no dia de hoje, pelo facebook, por exemplo, trouxe nitidamente a dimensão desse egoísmo sabe! Alguns, bem pesados mesmo! Mas sabe, o apoio que estamos recebendo de diversxs companheirxs que apoiam a nossa luta, diminui qualquer ofensa!

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  12. Eu queria ver o comercial, ainda não vi =(

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    1. https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=3iKNi8CSIEk

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  13. Machista!!!!!!!As mulheres são as unicas obcecadas por magreza,depois colocam a culpa nos homens?????Me poupem né

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  14. Protesto sem propósito. De fato, existe uma imposição midiática que tenta ditar padrões comportamentais, de beleza, valores e crenças; contudo, isto não está relacionado ao machismo.
    Da mesma maneira que existe um modelo idealizado de mulher; o mesmo acontece com os homens, que segundo este têm de ser bem sucedidos, musculosos, ter bens materiais caros e utilizar um determinado vestuário.
    Essa lógica também ocorre com produtos direcionados a ambos os gêneros, a exemplo dos carros, como sinônimo de status (acredito que seja o comercial do Linea que segue um modelo bem claro desta linha midiática).
    Mas o ponto é que o comercial da Marisa é insensível, nada mais que isso. Enxergar machismo nele é procurar chifre em cabeça de cavalo.
    E não se esqueçam que a mídia não apenas faz a cabeça das pessoas: ela é feita por estas também. A coisa funciona como uma mão dupla. Se tentam nos impor algo por estar na moda e ser o comportamento a ser seguido, basta dizermos não. Ninguém é obrigado a seguir a moda. A contracultura nasce daí (e as várias mudanças de padrões do que é considerado belo ao longo da História também.) Inclusive, esta mesmo acaba se tornando uma moda; e tende a tornar os valores vigentes obsoletos e tomar o seu lugar. Uma das principais características da sociedade pós-moderna que vivemos, é justamente a diversidade de opiniões, gostos, etc.
    Não é porquê um comercial de TV põe um modelo de mulher magra como sinônimo de beleza, que as pessoas vão ser induzidas a buscá-lo e considerá-lo de fato o ideal.
    Isto já foi muito mais forte no passado. Hoje, felizmente, tem importância cada vez menor.

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  15. Tive que comentar apesar de tudo....desculpa "beleza e sentir se bela"" não existe mídia ou pessoas capazes de mudar isso... sou magra...sou negra...independente do que me dizem ou façam jamais me sentir inferior ou ofendida...as pessoas não podem subjulgar a gente se a gente não deixar...ando pelo mundo como uma pessoa qualquer..volta e meia...esse tipo de protesto (me desculpa ai) e pra quem se senti inferior...não e um anuncio que vai mudar meu jeito de sentir...meu jeito de pensar...a gente so e excluído quando se faz excluído...por que se importar se nos filmes as mocinhas são sempre brancas...se vestem 36? qual a diferença na minha vida? me desculpa de novo mas se estão se sentindo incomodadas e porque carregam uma bandeira que não usam..não se acham belas e por isso tem que fazer a sociedade lhe dizer o que não enxergam....quando a gente e bonita pra gente não existe nada que nos faça incomodar...nem ninguém que diga o contrário...

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  16. Taina,
    Olha sou uma mulher super satisfeita com a minha vida, com minha sexualidade e com o meu corpo.
    Você pode achar que não teria motivos para protestar! Sou alta, magra, branca! Não uso o tal 36, mas estou no que eles chamariam de média. No entanto, o fato é que mesmo estando de bem com a minha vida e meu corpo, existe muita coisa errada que eu não concordo e que fazem muitas mulheres sofrerem, por exemplo. Sei que não posso mudar o mundo, mas tenho o direito de me indignar com as coisas que vejo e não concordo. Tenho o direito de protestar também! Não consigo ficar assistindo e aplaudindo, só pq o problema não diretamente comigo. E não é só um caso em específico, isso é só a ponta do problema que é bem maior. Que bom que a mídia não atinge você e não te faz sentir inferior, mas creia e acredite, ela atinge muita gente, ofende muita gente e destrói a vida de muita gente...

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