quinta-feira, 24 de abril de 2014

Neste sábado, 26, acontece a terceira edição do Projeto “Nós na Praça”, na Praça do Centro Cultural Mauro Cunha, a partir das 16h, em Gurupi.  Um espaço aberto, coletivo e democrático para expressão artística e cultural. Nesta edição, serão realizadas oficinas de Filtro dos Sonhos, Stencil, Desenho, Canto, e também uma Roda de Conversa sobre Feminismo, Feira de Troca, entre outras atividades. Também terá Palco Aberto, com artistas locais. Portanto, se você quiser aproveitar o espaço para expressar sua arte, sua música, seu talento, venha participa conosco. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Organizações discutem mudança no sistema político, nesta quarta-feira, 09


A construção do Plebiscito Constituinte está a todo vapor no Brasil. No Tocantins, a situação não é diferente dos demais estados. Nesta quarta-feira, 09 de abril, movimentos sociais, sindicatos e organizações da sociedade civil realizam às 19 horas, no auditório do Hotel Estrela, em Palmas, a 1ª Plenária Estadual do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro.
A reunião tem como objetivo articular as organizações que compõem o Comitê Estadual do Plebiscito e organizar um calendário de formação com o objetivo de massificar a consulta popular, que acontece na Semana da Pátria e que perguntará ao povo brasileiro: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.
As manifestações que aconteceram em junho e julho de 2013, por melhorias no transporte, saúde, educação, revelaram a necessidade de uma mudança no sistema político brasileiro. O movimento é estratégico para pressionar o Congresso Nacional sobre as mudanças e demandas necessárias para a construção de um país com mais democracia participativa e representativa.
O Comitê Estadual do Plebiscito Constituinte tem se organizado desde dezembro de 2013 e construído a campanha por meio de articulações, reuniões e formações. É formado, atualmente, por mais de 20 organizações, entre movimentos sociais, sindicatos e sociedade civil organizada.
Plebiscito Popular
Um Plebiscito é uma consulta na qual o povo brasileiro vota para aprovar ou não uma questão. De acordo com as leis brasileiras somente o Congresso Nacional pode convocar um Plebiscito. Apesar disso, desde o ano 2000, os Movimentos Sociais brasileiros começaram a organizar Plebiscitos Populares sobre temas diversos, como, por exemplo, o Plebiscito sobre a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas no Brasil, realizado em 2002 e que obteve mais de R$ 10 milhões de votos.
Por Flávia Quirino

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Aos jornalistas, aquele abraço

Sabe, quando eu decidi fazer jornalismo, escutei coisas do tipo "faz Direito, sei lá Enfermagem, algo que dê dinheiro". Não que Direito, Enfermagem, ou qualquer outro curso seja pior e muito menos melhor do que o que eu escolhi, que fique claro que eu respeito e acredito que todas as áreas de formação e conhecimento são importantes.. Enfim, escolhi! Mesmo que o tais ministros do STF ACHEM, sim, pq é mero achismo para mim, dizer que não há necessidade de diploma para exercer o jornalismo, eu defendo sim o diploma para exercer a profissão. Mesmo que nossa classe não tenha tantos motivos para comemorar, nós somos apaixonados pelo que fazemos, pq haja paixão e coração, rss, senão já tínhamos desistidos! Sou Jornalista e com muito orgulho (e também com muita insônia, café, sufoco e desespero)...
Às amigas, aos amigos e aos colegas jornalistas - AQUELE ABRAÇO...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Então são 26%...

O IPEA divulgou nesta sexta-feira, 04, uma errata pedindo desculpas por um erro quanto aos resultados da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”. Não é 65% dos entrevistados que concordam que "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", mas 26%, segundo a Pesquisa.
Para mim, enquanto QUALQUER pessoa continuar pensando isso, UMA PESSOA que seja, eu vou continuar preocupada.
No entanto, outro dado da pesquisa continua o mesmo, 58,5% continuam achando que se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros.
A luta continua, é longa e é todo dia. 

Leia errata do IPEA

segunda-feira, 31 de março de 2014

Mulher, a culpa não é sua!


O resultado do estudo realizado pelo IPEA -(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, no período de maio a junho de 2013, divulgado em 27 de março de 2014, revela que a maioria dos brasileiros acredita que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Infelizmente, essa é uma realidade que não é nova para mim e para muitas mulheres. Nós já sabíamos, afinal, vivenciamos isso todos os dias. De vítimas somos rotuladas como culpadas.

Já perdi as contas de quantas vezes eu troquei de roupa antes de sair de casa com medo de ser atacada na rua. Afinal, me fizeram acreditar a vida toda que a culpa desses e de vários absurdos do mundo era das mulheres.  E muitas mulheres acreditam nisso, ainda e infelizmente, pois de acordo com a pesquisa do IPEA, das 3.810 pessoas entrevistadas para  pesquisa divulgada em março de 2014, as mulheres representaram 66,5% dos entrevistados.

Quantas vezes deixamos de sair de casa, mesmo com roupas “comportadas”, porque não era hora de “ficar dando mole na rua”, como já me disseram por ai. “Mas também, a menina fica dando mole na rua altas horas da noite”.  E quanto aos estupros que acontecem à luz do dia ou dentro de casa?

Somos culpadas!? Somos culpadas dos homens não conseguirem “controlar” seus “instintos” masculinos? A culpa é da nossa roupa? E as crianças? Também têm culpa? As roupas delas provocam os tais “instintos masculinos”? Já ouvi as desculpas mais toscas vindas de estupradores.

Mas como diz um amigo meu "você precisa de dados", pronto, ai estão alguns desses dados. Sim, o Brasil é um país machista! E para você que me diz que o machismo não existe, que ele foi superado e etc tal, que o feminismo, por exemplo, é algo desnecessário, eis alguns dados:

De acordo com o IPEA, 65% dos entrevistados concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada — 42,7% concordaram totalmente, e 22,4%, parcialmente. Em relação à frase “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”, 35,3% disseram estar totalmente de acordo e 23,2% afirmaram concordar parcialmente.

Em outra pesquisa, divulgada em 2013 pelo IPEA, mostra que o Brasil registrou, entre os anos de 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios. Sabe o que é feminicídio? Pois sim, mortes de mulheres decorrentes de conflito de gênero, crimes geralmente cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas. O Espírito Santo é o estado com maior taxa de feminicídios, com 11,24 para cada 100 mil mulheres. No Tocantins, são 6,75 para cada 100 mil.

De acordo com o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil, divulgado em julho de 2013,   de 2001 a 2011, o índice de mulheres jovens assassinadas foi superior ao do restante da população feminina. Em 2011, a taxa de homicídios entre mulheres com idades entre 15 e 24 anos foi de 7,1 mortes para cada 100 mil, enquanto a média para as não jovens foi de 4,1.

Eis os dados. Alguns deles! Mas, enquanto ainda predomina a cultura do fiu-fiu e buzinas que nos fazem perder no mínimo uma unha do pé a cada susto que levamos, nós, mulheres, estamos morrendo, sendo violentadas e humilhadas todos os dias. E apesar de muita gente saber disso, a maioria prefere ignorar.

E, sobre o estupro, sim, ele é crime! É crime hediondo e as penas estão previstas na Lei 12.015 de 2009.

Logo, a culpa não é minha, a culpa não é sua, a culpa não é nossa! Não merecemos ser estupradas. PONTO

Por Rose Dayanne Santana

(Com Informações do IPEA, Pragmatismo Político e Mapa da Violência 2013)